quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sisal - Fibra produzida de forma ambientalmente correta

Produção da fibra é ambientalmente correta. Além de baratear o custo final possibilita a prevenção de acidentes
O sisal melhora as características mecânicas do bloco de concreto

O sisal é uma alternativa barata para ampliar a resistência de blocos de concreto. A comprovação foi feita em pesquisa realizada na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. A engenheira civil Indara Soto Izquierdo escolheu o material pelo baixo custo de produção atrelado à possibilidade de alto valor agregado, com o aumento de resistência dos blocos. “A escolha também possibilita uma nova perspectiva de comércio para as fibras de sisal produzidas em comunidades carentes, ampliando seu uso em um amplo mercado como o da construção civil”, afirma a pesquisadora. A fibra natural de sisal, além de proporcionar o aumento de renda de quem a produz, é biodegradável e natural, produzindo pouco impacto ambiental.
Os estudos sobre a viabilidade de uso da fibra de sisal em blocos de concreto constam na pesquisa Uso de fibra natural de sisal em blocos de concreto para alvenaria estrutural. A  dissertação foi orientada pelo professor Marcio Antonio Ramalho, do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC.
As folhas do sisal, que podem chegar a dois metros de comprimento, apresentam altos teores de celulose e lignina, substâncias que determinam alta resistência e elasticidade. Assim, as fibras de sisal quando inseridas no bloco de concreto permitem a melhoria das características mecânicas: como a tração, força que alonga o objeto até a rompimento do material; a ductibilidade, que é o grau de deformação que um material pode suportar; e a tenacidade, que é o impacto necessário para levar um material à ruptura.
Indara explica que “a ruptura de blocos de alvenaria normalmente ocorre devido à tração do bloco, força que estica o material no sentido oposto ao natural, provocando fissuras ou rachaduras. Com as fibras de sisal, há maior resistência à tração, porque a fratura é retardada e as fissuras ou rachaduras têm seu crescimento limitado pela presença das fibras”.
Para o desenvolvimento deste estudo, a pesquisadora utilizou fibras de sisal vindas da Bahia e blocos de concreto produzidos em Limeira, São Paulo. Além disso foi feita a caracterização da fibra e dos blocos reforçados com sisal, a fim de garantir o correto desempenho dos materiais nos ensaios.

Ductibilidade
 
O sisal possibilita à parede maior ductibilidade, isto é, ganho na capacidade de deformação sob a ação de cargas, que permite a antecipação de reformas e a percepção da possibilidade de um desabamento.
” O concreto, em geral, é frágil. Em construção com alvenaria tradicional, a ruptura é brusca e praticamente instantânea, similar a uma explosão. Já no caso do bloco com sisal, a estrutura antes de desabar sofre grandes deformações, porque o sisal mantém as partes unidas. Com isso aumenta o tempo para que pessoas que estejam em um edifício prestes a cair saiam dele em segurança”, descreve Indara.

Valor agregado

Outro fator que faz o sisal ser um material bem visto para a inserção na construção civil é o baixo valor agregado ao custo na produção de blocos.
O Nordeste brasileiro é a região que mais produz sisal, com destaque para o Estado da Bahia, principalmente em pequenas comunidades que o utilizam como base da economia local.
A maior parte da produção brasileira de sisal enconyra-se no Nordeste
A venda da fibra de sisal varia por tipos e peso. A fibra do tipo1, que é a mais resistente, é vendida a um preço médio de R$ 2,50 por quilo (kg). A quantidade misturada na produção de blocos é bem inferior a um kg. Foram utilizados 4kg de fibras, o equivalente a R$ 10,00,  para fazer 120 blocos.
Indara considera, no entanto, que o maior valor social agregado “é a possibilidade do aumento nas vendas de sisal produzidos em comunidades que subsexistem deste comércio”

.
Reportagem de Sandra O. Monteiro, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 18/05/2011
[ O conteúdo do EcoDebate é “Copyleft”, podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao Ecodebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]


terça-feira, 17 de maio de 2011

Filo CNIDARIA (hidróides, medusas, anêmonas, corais)

Este filo está representado pelas hidras, medusas, anêmonas-do-mar, que são indivíduos isolados, e pelas caravelas, e pelos corais que são coloniais. São animais diblásticos, a camada derivada da ectoderme forma a epiderme; a camada derivada do endoderma forma a gastroderme do animal.

Forma de 'Pólipo' (acima),
 forma 'Medusa' (abaixo)


Características
1.Corpo radialmente simétrico.

2.Corpo essencialmente com duas camadas de células, uma a cada lado de uma mesogléia gelatinosa que pode, ou não, conter células.
3.Corpo na forma de um tubo alongado ou achatado, aberto em uma das extremidades e fechado na outra, encerrando uma cavidade central (cavidade gastrovascular); a extremidade aberta do tubo é prolongada por séries de tentáculos circundando a boca/ânus única; com tecidos, porém sem órgãos definidos.

4.Com células individuais, parcialmente musculares, e uma rede de células nervosas sem bainha na base de cada camada de célula.

5.Corpo com duas formas – a de pólipo, presa ao substrato e com a boca e os tentáculos mantidos em posição mais superior; e a de medusa, em forma de disco ou sino, achatado e natante, com a boca posicionada no meio da superfície inferior. Em muitos cnidários as duas formas se alternam durante o ciclo de vida, multiplicando-se assexuadamente o pólipo e a medusa sexuadamente, em outras uma das duas formas é reduzida ou suprimida.

6.Com células especiais chamadas cnidócitos, que possuem em sue interior organélas chamadas nematocistos. Cada nematocisto possui um tubo enrolado, muitas vezes com espinho capaz de uma eversão para ataque ou defesa.

7.Hermafroditas, geralmente com fecundação externa e desenvolvimento via larva plânula.

8.As medusas nadam por pulsação (propulsão-a-jato); os pólipos geralmente são sésseis.

9.Aquáticos, principalmente marinhos, pelágicos e bentônicos.

Classificação
Existem cinco classes, 28 ordens e cerca de 10.000 espécies de cnidários.
 
 
 












REFERENCIA BIBLIOGRAFICA


BARNES, R. S. K [et al.]. OS INVERTEBRADOS – UMA SÍNTESE. 2ªEd. São Paulo: Atheneu Editora









Filo PORIFERA (esponjas)

Etimologia

Tipos de formas de poriferas

Latim: porus, poro; ferre, possuir.

Características
1.Corpo sem nenhuma simetria.

2.Corpo essencialmente com duas camadas de células uma de cada lado de um meso-hilo gelatinoso e protéico; sem órgãos ou tecidos distintos.

3.Sem trato digestivo, a captura e digestão das partículas alimentares ocorre nos coanócitos.
4.Corpo na forma de uma massa sólida, possui um espaço central chamado átrio ou espongiocele, no interior do qual a água entra através de finos poros (óstios), e é espelida através da abertura superior, chamada de ósculo.


5.Coanócitos com flagelos, cujo batimento conduz a agua através do sistema, e com um colarinho de microvilosidades, que coleta as partículas alimentares.

6.Sem células musculares ou nervosas.


7.A maioria é hermafrodita; multiplicação assexuada é frequente.

8.Com poucos tipos de células.

9.Animais sésseis, imóveis.


Forma Léucon

10.Filtradores bentônicos em habitats aquáticos, principalmente o mar.

A forma do corpo varia desde espécies pequenas, individuais, em forma e um tubo, até grandes massas irregulares com muitos canais e câmaras internos e ósculos. Em todas as formas, a agua entra na esponja através de pequenos poros na parede.

Classificação
As 10.000 espécies distribuem-se em 3 classes e em 22 ordens.
 




Poriferas coloniais
























REFERENCIA BIBLIOGRAFICA


BARNES, R. S. K [et al.]. OS INVERTEBRADOS – UMA SÍNTESE. 2ªEd. São Paulo: Atheneu Editora








sexta-feira, 6 de maio de 2011

Animais Bioindicadores, artigo de Roberto Naime | Portal EcoDebate

[EcoDebate] Muitos animais e plantas tem sido usados como bioindicadores. Ou seja, como entes vivos que indicam condições do meio físico, do próprio meio biológico ou das condições de vida para o meio antrópico. Para entender de uma forma bem simples o que são bioindicadores basta exemplificar. Todo mundo sabe que um peixe respira oxigênio através das brânquias. Se a água for limpa e tiver oxigênio o peixe respira e vive normalmente. Se a água não for limpa e não tiver oxigênio, o peixe morre. Portanto ele indica através da própria vida as condições da água onde vive.

Isto é um bioindicador, que pode ser animal ou vegetal, qualquer ser vivo que possa indicar as melhores ou piores condições do meio em que vive. Além dos peixes ou ictiofauna, os insetos também tem sido considerados bons indicadores ecológicos da recuperação ambiental, principalmente as formigas, os cupins, as vespas, as abelhas e os besouros.

Em nível de solo, nas áreas em processos de recuperação de degradação, há uma sucessão de organismos da meso e macrofauna que estão presentes em cada etapa da recuperação destas áreas, sugerindo que possam ser encontrados bioindicadores para cada uma destas etapas.

Outros animais considerados bons bioindicadores por sua relação com o habitat florestal são as aves, pois a redução do número de espécies está associada com a redução da área em que habita. As espécies consideradas indicadores de ambiente preservado são aquelas que ocorrem exclusivamente no habitat original, apenas eventualmente em áreas adjacentes.

Os pássaros são grandes bioindicadores das condições florestais. As espécies que comem frutos das árvores com grandes copas são denominadas frugívoras e dependem de árvores com grandes copas e troncos ocos onde possam nidificar (fazer ninhos para reprodução). Existem ainda as espécies insetívoras corticícolas que dependem do uso de forrageiras e se reproduzem em troncos grossos; as espécies insetívoras grandes, que indicam drásticas alterações na fauna dos solos e nas condições originais dos bosques e as espécies insetívoras de brenhas, que são especializadas em forragear em vegetação extremamente adensada.

Estudos específicos ou até generalistas com relação à fauna em geral e à avifauna em particular são bastante apreciáveis como evidências de indicadores para uma avaliação integrada de impactos ambientais.

Estes estudos feitos especificamente em cada área, poderão fornecer subsídios para um monitoramento (que nada mais é senão um controle sistêmico e permanente de alguma coisa), no caso durante e depois da obra impactante. Isto permitirá definições muito mais precisas, eficientes e eficazes sobre medidas necessárias para mitigação, atenuação ou compensação dos impactos ambientais de uma intervenção antrópica.

As vezes a gente passa por uma indústria com tratamento de efluentes e observa capivaras em um lago que geralmente também tem peixes e tartarugas.

Normalmente, esta empresa tem uma estação de tratamento de efluentes industriais e/ou esgotos, e antes das águas retornarem aos cursos de água superficiais da rede de drenagem, passam por uma lagoa, onde os animais são usados como bioindicadores da qualidade ambiental do tratamento.

Se o tratamento não estiver bom ou eficiente podem os animais usados como bioindicadores sofrerem problemas ou até morrerem. Dá muita pena na gente, mas o conceito de meio ambiente é antropocêntrico. Que ocorra nos animais para garantir a qualidade de vida dos seres humanos.

Dr. Roberto Naime, colunista do Ecodebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

EcoDebate, 06/05/2011