sexta-feira, 18 de março de 2011

Parasitismo - A interação entre populações em uma comunidade

   Populações de animais fazem parte de um sistema maior conhecido como comunidade. Dentro de uma comunidade as populações de diferentes espécies interagem. As espécies de uma comunidade interagem em vários níveis e isso as afeta de várias maneiras, as relações de interação podem ser prejudiciais (-), benéficas (+), ou neutras (0).
Fig1: Exemplo de ectoparasitas
   De fato, uma das relações ecológicas que me chama atenção é o parasitismo. Esse tipo de interação é do tipo (+ -) em que o parasita é beneficiado, utilizando o hospedeiro como fonte de abrigo de nutrição, e o hospedeiro é prejudicado. A beleza do parasitismo está na "dança" de erros e acertos, que eventualmente levam o parasita ao sucesso, as modificações morfológias e biológicas sofridas pelos parasitas ao longo o tempo são adaptações que permitem uma afinação perfeita no seu modo de interação e sua total eficácia.
   O parasita vive literalmente as custas de seu hospedeiro, prejudicando a sua vida. No parasitismo, ao contrário do predatismo não há a morte imediata da espécie atacada (hospedeira), o que só acontece com o passar do tempo. Existem vários graus deste fenômeno. Dentre muitos podemos destacar a ação dos parasitoides. Eles são mais efetivos no seu ataque, levando o hospedeiro mais rapidamente a morte. Os parasitas e parasitoides ainda podem ser classificados quanto ao modo de infestação. Logo, os que agem externamente são denominados de ectoparasitas - Fig1 -  (ex: piolhos e carrapatos) e ectoparasitoides. Já, os que agem dentro do corpo, são chamados endoparasitas (ex: tênia - Fig2) e endoparasitoides.
Fig2: Tênia, exemplo de endoparasista

   As adaptações feitas às custas do hospedeiro, tornaram o invasor (parasito) mais e mais dependente do outro ser vivo. Essas adaptações foram de tal forma acentuadas que podemos afirmar que "a adaptação é a marca do parasitismo". As adaptações são principalmente morfológicas, fisiológicas e biológicas.
As principais modificações ou adaptações são as seguintes:

Morfológicas:
a) degenerações: representadas por perdas ou atrofia de orgãos locomotores, aparelho digestivo etc. Assim, por exemplo, vemos as pulgas, os percevejos, algumas moscas parasitas de carneiro (Mellophogus ovinus) que perderam as asas; os Cestoda que não apresentam tudo digestivo etc.

b) hipertrofia: encontradas principalmente nos órgãos de fixação, resistência ou proteção e reprodução. Assim, alguns helmintos possuem órgãos de fixação muito fortes, como lábios, ventosas, acúleos, bolsa copuladora. Alta capacidade de reprodução, com aumento acentuado de ovários, de cavidade para armazenar ovos, de testículos. Aumento de estruturas alimentares de alguns insetos hematófagos para mais facilmente perfurarem a pele e armazenarem o sangue ingerido.

Biológicas:
a) capacidade reprodutiva: para suplantar as dificuldades de atingir novo hospedeiro e escaparem da predação externa, os parasitos são capazes de produzirem grandes quantidades de ovos, cistos ou outras formas infectantes; assim fazendo, algumas formas conseguirão vencer as barreiras e poderão perpetuar a espécie.

b) tipos diversos de reprodução: o hermafroditismo, a partenogênese, a poliembrionia (reprodução de formas jovens), a esquizogonia etc. representam mecanismos de reprodução que permitem ou uma mais fácil fecundação (encontro de machos e fêmeas) ou mais segura reprodução da espécie.

c) capacidade de resistência à agressão do hospedeiro: presença de antiquinase, que é uma enzima que neutraliza a ação dos sucos digestivos sobre numerosos helmintos; capacidade de resistir à ação de anticorpos ou de macrófagos, capacidade de induzir uma imunossupressão etc.

d) tropismos: os diversos tipos de tropismos são capazes de facilitar a propagação, reprodução ou sobrevivência de determinada espécie de parasito. Os tropismos mais importante são: geotropismo (abrigar-se na terra - diz-se neste caso que é positivo, e abrigar-se acima da superficie da terra - diz-se neste caso que é geotropismo negativo), termotropismo, quimiotropismo, heliotropismo etc.

Assista no vídeo a baixo um caso interessante, e recém descoberto, de parasitismo entre vespa (+) e aranha (-). Para mais informação sobre o vídeo acesse o link do site Revista Pesquisa Fapesp e leia a mátéria na integra. [Ecologia] "Marionetes de oito patas" - Revista Pesquisa FAPESP



 


Referências Bibliográficas
  1. NEVES, David P. Parasitologia Humana. Editora: Atheneu, 11ª ed. cap2;
  2. HICKMAN; ROBERTS; LARSON. Integrated principles of Zoology. 11ª ed. cap40;

Um comentário:

  1. Obrigaadoo me ajudou Fazendo trabalho de BIOLOGIA mtoo interesante Adoreii bjoss!!

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